A diferença entre desquite, divórcio, separação e dissolução reflete a evolução do direito de família no Brasil e as diferentes maneiras de encerrar uma união conjugal. Cada distinção dos termos carrega consigo implicações legais e históricas específicas que merecem ser compreendidas.
Desquite
O desquite, também conhecido como “separação judicial”, era um instituto jurídico amplamente utilizado no Brasil antes da introdução do divórcio em 1977, com a Emenda Constitucional nº 9. O desquite permitia que os cônjuges se separassem legalmente, cessando a vida em comum e a sociedade conjugal, porém, sem dissolver o vínculo matrimonial. Isso significava que, apesar de estarem separados, os desquitados continuavam casados no papel e, portanto, não poderiam contrair novo matrimônio.
A principal função do desquite era regular a separação de corpos e os efeitos patrimoniais decorrentes da separação, como a partilha de bens e a guarda dos filhos.
Os casais que desejavam se separar usavam o desquite como a única opção legal em situações onde o divórcio não era permitido.
Divórcio
A Emenda Constitucional nº 9, de 1977, introduziu o divórcio no Brasil. O divórcio representa a dissolução completa do vínculo matrimonial, desfazendo a sociedade conjugal e permitindo que os ex-cônjuges se casem novamente.
O divórcio pode ser consensual, quando ambas as partes concordam com o término do casamento e resolvem amigavelmente questões como a partilha de bens e a guarda dos filhos. Pode também ser litigioso, quando há discordância e a questão precisa ser resolvida judicialmente.
A Emenda Constitucional nº 66, de 2010, simplificou o processo de divórcio. Ela eliminou a exigência de separação judicial prévia ou de comprovação de prazo de separação de fato. Agora, qualquer pessoa pode pedir o divórcio a qualquer momento, independentemente de consenso entre as partes.
Separação
A separação, embora similar ao desquite, foi instituída após a introdução do divórcio. A separação pode ser judicial ou extrajudicial, e sua principal função é extinguir a sociedade conjugal, mas sem dissolver o vínculo matrimonial.
A diferença crucial entre a separação e o divórcio é que a separação não permite que os cônjuges se casem novamente, uma vez que o casamento ainda existe formalmente.
A separação pode ocorrer de forma consensual, por mútuo acordo, ou de forma litigiosa, quando uma das partes não concorda com a separação.
Embora a separação judicial ainda seja possível no Brasil, sua relevância diminuiu significativamente após a Emenda Constitucional nº 66 de 2010, que tornou o divórcio mais acessível e descomplicado.
Dissolução de União Estável
A dissolução encerra uma união estável, uma forma de relacionamento que o direito brasileiro reconhece como geradora de direitos e deveres semelhantes aos do casamento, mesmo sem a formalização por meio de casamento.
As partes podem dissolver a união estável de forma consensual, através de um acordo, ou de forma litigiosa, quando discordam sobre a partilha de bens, pensão alimentícia ou guarda de filhos, entre outros.
Assim como no divórcio, a dissolução da união estável encerra o relacionamento e regula as questões decorrentes do término, permitindo que as partes sigam suas vidas de forma independente.
As partes podem realizar a dissolução de forma extrajudicial, em cartório, se não houver filhos menores ou incapazes, ou judicialmente, se houver qualquer conflito entre elas.

Por vezes, a escolha entre o desquite, divórcio, separação e dissolução pode ser o meio mais viável para se evitar problemas maiores.
Por vezes, a escolha entre o desquite, divórcio, separação e dissolução pode ser o meio mais viável para se evitar problemas maiores.
Dessa forma, podemos observar que a diferença entre desquite, divórcio, separação e dissolução reflete as mudanças na legislação e na sociedade brasileira ao longo dos anos.
Mecanismos mais eficazes de término de união, como o divórcio e a separação, substituíram o desquite, que está obsoleto.
A dissolução de união estável oferece uma alternativa legal para quem opta por uma relação não formalizada pelo casamento e tem atraído muitos casais.

Assim, ao analisar a diferença entre desquite, divórcio, separação e dissolução, percebemos que esses instrumentos legais permitem aos indivíduos encerrar relacionamentos de maneira justa e ordenada.
É importante respeitar os direitos e deveres de cada parte, sempre solucionando os litígios com o apoio de profissionais adequados.
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